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História do Casarão
Em 18 de março de 1836, Gabriel José Pereira Lima recebeu de seus pais José Antunes Suzano e Anna Joaquina Passos uma data de terras de 50 a 60 braças* de testada por 3.0000 braças de fundos como parte de sua herança na área alocada.
Já no ano de 1864 – ostentando o título de Comodoro – Gabriel José Pereira Lima consolidou a doação de um terreno com 30 braças* de frente e 48 braças de fundos para a construção do cemitério da Irmandade de Paty do Alferes, desmembrando tal lote da área geral da Fazenda do Paty Pequeno e, simultaneamente, ampliando as instalações de sua casa de vivenda, esta de pronto contemplada com as linhas clássicas que ornamentaram, durante anos, a hoje ex-sede da Câmara do Município patiense.
Em 18 de março de 1836, Gabriel José Pereira Lima recebeu de seus pais José Antunes Suzano e Anna Joaquina Passos uma data de terras de 50 a 60 braças* de testada por 3.000 braças de fundos como parte de sua herança na área alocada na chamada fazenda do Paty Pequeno, confrontando tais glebas com a testada da Fazenda Manga Larga (então pertencente ao Sargento-mor José Maria de Guadalupe), e com os fundos da Fazenda da Rocinha (propriedade administrada por D. Maria Joaquina da Conceição).
Em 1850, Lucidoro Francisco Xavier e esposa concluíram a venda de 148 ½ braças de terras ao mesmo Gabriel José Pereira Lima, o que permitiu a este proprietário agregar casas de vivenda e mais terras à propriedade recebida dos pais, conjunto que iria formar o complexo arquitetônico logo batizado como “casarão-residência” ainda existente em Paty do Alferes, o primeiro que abrigaria, no século XX, a câmara municipal, o segundo formando a casa durante anos habitada por Dulce Pinheiro Bernardes ao lado da irmã Arinda.
Em 18 de março de 1836, Gabriel José Pereira Lima recebeu de seus pais José Antunes Suzano e Anna Joaquina Passos uma data de terras de 50 a 60 braças* de testada por 3.000 braças de fundos como parte de sua herança na área alocada na chamada fazenda do Paty Pequeno, confrontando tais glebas com a testada da Fazenda Manga Larga (então pertencente ao Sargento-mor José Maria de Guadalupe), e com os fundos da Fazenda da Rocinha (propriedade administrada por D. Maria Joaquina da Conceição).
Em 1850, Lucidoro Francisco Xavier e esposa concluíram a venda de 148 ½ braças de terras ao mesmo Gabriel José Pereira Lima, o que permitiu a este proprietário agregar casas de vivenda e mais terras à propriedade recebida dos pais, conjunto que iria formar o complexo arquitetônico logo batizado como “casarão-residência” ainda existente em Paty do Alferes, o primeiro que abrigaria, no século XX, a câmara municipal, o segundo formando a casa durante anos habitada por Dulce Pinheiro Bernardes ao lado da irmã Arinda.
Já no ano de 1864 – ostentando o título de Comodoro – Gabriel José Pereira Lima consolidou a doação de um terreno com 30 braças* de frente e 48 braças de fundos para a construção do cemitério da Irmandade de Paty do Alferes, desmembrando tal lote da área geral da Fazenda do Paty Pequeno e, simultaneamente, ampliando as instalações de sua casa de vivenda, esta de pronto contemplada com as linhas clássicas que ornamentaram, durante anos, a hoje ex-sede da Câmara do Município patiense.
Paralelamente a tais aquisições imobiliárias, o Comodoro Gabriel ajustava com o Visconde de Ipiabas (Peregrino José d’América Pinheiro) a compra de parte das terras que confrontavam, pelos fundos do casarão, com o outeiro então ocupado pela construção da Igreja Matriz, sugerindo até que por ali se levantasse uma pequena gruta, origem do sereno e modesto nicho dedicado a Nossa Senhora de Lourdes.
Com o passar dos anos, o Comodoro e sua família introduziram uma série de ampliações e melhorias na mansão da família, dotando-a de assoalho de tábuas corridas e de um pequeno anexo na parte superior de sua frontaria, por ele utilizado como escritório particular de negócios.
Em razão do falecimento do Comodoro em finais da década de 1870, tais propriedades passaram às mãos da filha Francisca Pereira Lima. Talvez pelo fato de se encontrar solteira na ocasião, ou por não apresentar pendor para os negócios com terras e outros imóveis, a herdeira repassou sua propriedade para o Dr. Antônio Alves de Azevedo Nogueira, médico recém-radicado em Paty.
Nessa mesma ocasião, o Alferes Manoel Francisco Bernardes (já um respeitável latifundiário na Fazenda Barro Branco e cuja família iria administrar, algum tempo depois, a Fazenda do Retiro, em terras atuais alocadas em Miguel Pereira), buscava em Paty do Alferes não apenas um casarão para criar a família como também instalações suficientes para o abrigo dos equipamentos da Guarda Nacional de Paty e Vassouras, à qual ele pertencia e em cujas fileiras se destacava como um prestigioso líder. Por conseguinte, em finais de 1882 Manoel Francisco comprou do Dr. Antônio tanto o belo casarão quanto as casas a ele contíguas, montando na área da antiga Fazenda do Paty Pequeno o complexo conhecido como Sede da Guarda Nacional e Solar dos Bernardes. Não satisfeito, Manoel ainda adquiriu das irmãs Francisca Umbelina e Ambrosina Emília Peres Enéias uma data de casas fronteiriças ao casarão, desembolsando na ocasião a expressiva quantia de Rs. 4:000$000 (quatro contos** de réis) e com isso instalando, no coração da Vila, um belo conjunto de residências.
Mesmo após o falecimento de Manoel Francisco Bernardes, o grande solar continuou em mãos da família, principalmente sob a administração dos filhos do coronel com D. Joaquina Maria de Mello Bernardes (Manoel Francisco Filho, Benjamim Francisco, Lino Francisco, Antão e Maria Luiza.). Naturalmente, muitos deles, já casados, passaram a morar em outras residências, como foi o caso, por exemplo, de Antão Bernardes, deslocado para a fazenda dos Quindins.
No segundo quartel do século XX, graças à iniciativa de alguns Bernardes, a casa passou a abrigar o Paty Clube, espaço destinado a receber moradores da cidade e circunvizinhanças para alegres noitadas de danças e saraus, além servir também como espaço para jogos e passatempos, razão pela qual as irmãs Arinda e Dulce Pinheiro Bernardes (filhas de Benjamim Francisco) passaram a residir no anexo do casarão até suas mortes. Com a desativação do clube, já em meados do século passado, um grupo de professores capitaneados por Elvina Rosa, Luísa Rosa (Zica), Vera “Manicure” e Eurico Pinheiro Bernardes Filho (Junior) arremataram a grande casa objetivando ali implantar uma escola particular, projeto que, entretanto, não prosperou. Em seguida, suas dependências serviram como moradia para o casal Ataíde e Glorinha, que por ali morou durante um bom tempo com as filhas Vandete e Valéria. Já em 1988, quando da implantação do município após sua emancipação, Paty viu-se às voltas com o problema de instalação da sede da Câmara Municipal. Sensibilizado pela questão, o então governador Wellington Moreira Franco, em nome do Estado, adquiriu o grande solar e o doou para a municipalidade. Mesmo com as reformas introduzidas pelo então presidente da Câmara Hugo Bernardes Filho, a estrutura predial continuou mostrando avarias e deteriorações sérias e perigosas, razão pela qual a Câmara se mudou para outro endereço entre os anos de 2015 e 2016. Hoje, felizmente, o casarão encontra-se em posse do sistema de previdência de Paty (Patyprev), totalmente restaurado, fato que configura um enorme ganho social e cultural para Paty do Alferes.
* Uma braça é uma antiga medida de comprimento equivalente a 2,20 metros linear.
**Um conto de réis corresponderia a 1,4 kg de ouro de vinte e dois quilates
Fonte: Jornal Regional